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sábado, 19 de março de 2011

Por causa do deputado Tiririca, alguma coisa vai ter que mudar.


O efeito "Tiririca"


Mais uma vez o tema reforma política voltou à cena, o que justifica a fama de ser um assunto recorrente após cada eleição. Se no passado houve o ´Efeito Enéas` - Professor Enéas -, do então Prona que, com seus mais de 4 milhões de votos conseguiu eleger outros candidatos de seu partido com poucos votos, a última eleição criou um novo ´efeito`: o ´Tiririca`.

Embalados pelas críticas à eleição do palhaço Tiririca, senadores e deputados decidiram criar suas respectivas comissões para elaborar uma proposta de reforma política. ´O que precisamos de há muito é uma reforma partidária e não de novas regras eleitorais`, reclama Carlos Melo, cientista político, doutor pela PUC-SP e professor de Sociologia e Política do Insper/SP.

Duas das principais propostas que circulam pelo Congresso preveem o fim das coligações partidárias e a simplificação dos pleitos: o mais votado ganha.

Em Pernambuco, por exemplo, se fossem considerados apenas os votos conseguidos por cada um dos candidatos à Câmara Federal, teríamos caras novas em Brasília.

Entre os eleitos em 3 de outubro dois nomes não estariam na lista: Anderson Ferreira (PR) e Paulo Rubem (PDT), substituídos por André de Paula (DEM) e Edgar Moury (PMDB). De Paula obteve 63.055 e seria o 21º na lista dos 25 eleitos pelo estado para a Câmara. Moury, por sua vez, seria o 24º com 56.845 sufrágios.

Hoje, seguindo a mesma lógica e levando em conta a opção de Maurício Rands (PT) e Danilo Cabral (PSB) de abrirem mão do mandato popular para servir administrativamente ao governo de Eduardo Campos, Anderson Ferreira e Paulo Rubem seriam acrescidos à lista de deputados eleitos por Pernambuco. Outra vez dois nomes não estariam em Brasília: Pastor Vilalba (PRB), que obteve 39.173 votos e ficou em 28º lugar, e Ninho (PSB), que foi o 29º na lista com 37.968 sufrágios.

SobrasUma outra opção que também ganhou força na comissões de reforma política é a extinção das coligações, porém sem desprezar os votos sufragados às legendas. Para isso, seria necessário o cálculo do quociente por partido para distribuir as vagas que não fossem alcançadas no mínimo de voto. Em Pernambuco, foram necessários 178.008 sufrágios para a eleição de um deputado federal e apenas cinco candidatos ultrapassaram esse número: Ana Arraes e o Pastor Eurico, pelo PSB, além de Eduardo da Fonte (PP), João Paulo (PT) e Inocêncio Oliveira, do PR.

Com o fim das coligações, os partidos menores não estariam representados na Câmara. Apenas sete siglas teriam assento em Brasília, contra as 11 atuais.

Além de Ana Arraes e o Pastor Eurico, o PSB teria mais oito parlamentares. Da Fonte teria companhia de Roberto Teixeira e mais um companheiro de partido. Inocêncio de Oliveira, do PR, teria a companhia de Anderson Ferreira.

Três legendas - PSB, PT e PP - lançaram menos candidatos do que vagas a que teriam direito. No caso do PSB, além de Ninho que conseguiu 37.968 votos, também Osinaldo Valdemar de Souza, que amealhou apenas 12.774 sufrágios estaria na Câmara Federal. O PP, que teria três cadeiras, lançou apenas dois candidatos.

Com exceção do PSB e do PP, os outros partidos lançaram candidatos suficientes para preencher as vagas. Maurício Rands que se licenciou, pela ordem dos mais votados seria substituído por Fernando Nascimento que obteve 13.473 votos.

Fonte: Diário de Pernambuco


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